Rápida como um coelho branco de fraque e relógio, a VJ da MTV, Marimoon, saiu em disparada para o Shopping Cidade Jardim, assim que acabou a gravação do Scrap MTV, o programa que apresenta na emissora.
Era terça-feira (13/4/2010) em São Paulo, e ela tinha meia hora para chegar à pré-estreia de Alice no País das Maravilhas, longa que ela aguardava há meses, ansiosa, embora jogasse as expectativas ''para baixo'' para não se decepcionar. Ela confiava no ídolo: ''Acho pouco provável que o Tim Burton me desaponte, porque ele é um gênio''.
Já dentro da sala de exibição, a VJ conversou com o site CONTIGO! sobre sua dupla paixão por Alice e pelo diretor do filme, que ela homenageava com um visual bem descolado.
Qual sua relação com o universo de Alice e Tim Burton?
Eu sou uma pessoa muito suspeita para falar da Alice, porque eu amo desde criança, e também desde pequena amava Tim Burton. O primeiro filme que assisti dele foi Beetlejuice (Besouro Suco) nos anos 1980. Eu já fiquei apaixonada pelas coisas listradas de preto e branco, pelo vinil. (Mostra as meias listradas, que compõem um visual com uma blusa estampada com a personagem). Tive a sorte de encontrar ele no ano passado em outubro, em Nova York. Fui fazer uma matéria e vi que ia ter um lançamento para a imprensa na exposição dele, no MoMa. Quando vi ele, comecei a chorar.
Ele é excêntrico?
Ele é muito excêntrico, mas é um fofo. Eu não consegui falar com ele, mas entreguei um recado, encostei nele... Eu chorava de alegria. Pra mim é uma relação bem sentimental. Ele é uma pessoa muito rara.
E essa blusa, é da coleção da Ellus?
Não, eu comprei em Londres, mas tem a ver. Eu amo toda essa vibe, acho a história da Alice muito louca, lúcida e psicodélica. E o Tim Burton também tem esse lado.
Mas você não tem medo de ele ter transformado a Alice em algo muito sombrio?
É o que eu espero dele! Se ele não fizer isso, me desaponta. Eu li o livro várias vezes, e acho que ele é meio sombrio. Não é feito pra criança. Você lê o segundo livro (Alice Através do Espelho) e é ainda mais estranho. Porque a Alice de verdade, em quem ele se inspirou, ia se casar, e ele não queria que ela envelhecesse. Ele deu o livro de presente de casamento para ela, e faz essa analogia de velocidade e tempo com o xadrez.
Tem um livro que eu sempre indico pra galera que quer saber mais, que é o Alice Edição Anotada. Porque, honestamente, não dá para entender aquele livro. Então é preciso consultar...
A exposição dele vem pro Brasil, né?
Vem! Estou torcendo para que ele venha também. O Brasil está na moda, todo mundo querendo fazer show. Espero que ele aproveite também!
Você leu algo sobre eles morarem em três casas separadas, mas conectadas?
É! Muito louca essa história! O ser humano é um bicho muito estanho. É difícil conviver 100% do tempo e não brigar com uma pessoa. Ela (Helena Bonham-Carter) é uma pessoa animada e feliz, que quer pintar a casa de rosa e receber os amigos. Ele pinta de preto e quer dormir nove da noite. E aí o que faz? Vai separar?
A pessoa que é muito gênia, é visionária, e vê coisas além. Ele entende o sentimento das pessoas. Nada é forçado. Ninguém nunca tentou (morar separado), mas pode dar certo.
É que nem essa coisa de namorar, cada um estar na sua casa. Aí vai morar junto e ferrou. Quem inventou essa história de morar todo mundo na mesma casa? Coisa careta!
Conversamos com Marimoon na saída, para saber o que ela achou. E Tim não decepcionou a fã...
''Eu fiquei muito feliz. Eu já sabia que ia ser uma adaptação da história original, e isso me deu muito receio. Mas foi ótimo, foi genial. Foi muito bem construída.''
Sobre o final, ela comentou: ''A Alice da história é uma menina que na miúda ia lá e fazia tudo. Se você imaginar ela uma pessoa adulta, vê que faz sentido'' (o rumo que o diretor deu à vida dela).
''É o que o Tim Burton sempre defende: 'Os estranhos esquisitos e loucos são realmente as pessoas mais legais.''
Fonte: Contigo!
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